O Dr. Fardeen Bhimani e colegas da Montefiore Einstein Center para Cancer Care, em Nova York, discutiram sobre um dispositivo portátil de “pré-triagem” de câncer de mama chamado “Exame Inteligente da Mama” (iBE), que pode detectar tumores tão pequenos quanto 0,5 cm. Eles afirmaram que este dispositivo poderia auxiliar mais mulheres em áreas com recursos limitados a realizar o rastreamento do câncer de mama e a identificar a doença mais cedo, potencialmente salvando vidas.
Em países de baixa e média renda, a apresentação tardia devido à falta de avaliação clínica, triagem e diagnóstico precoce resulta em subdetecção, menor incidência e maior mortalidade do câncer de mama, explicou o Dr. Bhimani.
A equipe realizou uma revisão sistemática de 11 estudos sobre o iBE para determinar sua utilidade clínica e compará-la com exames clínicos das mamas, ultrassonografia e mamografia. Eles também avaliaram os pontos fortes e fracos do dispositivo no exame da mama.
Utilidade clínica e aplicabilidade
A sensibilidade do iBE variou de 34,3% a 86%, e a especificidade de 59% a 94%. Para a detecção de lesões malignas, o dispositivo apresentou uma capacidade diagnóstica de 57% a 93% no exame da mama, conseguindo identificar tumores com tamanhos entre 0,5 cm e 9 cm.
Os pesquisadores concluíram que as descobertas destacam a potencial utilidade clínica e aplicabilidade do iBE como uma ferramenta de pré-seleção e triagem, que pode ajudar a reduzir a carga de pacientes submetidos a diagnósticos por imagem em países de baixa e média renda.
Qual as características e como é usado o iBE?
O Dr. Bhimani explicou que o iBE é um dispositivo portátil, sem fio e sem radiação, projetado para realizar o exame da mama. Ele se assemelha a um ultrassom portátil conectado a um dispositivo móvel ou tablet via Bluetooth.
Inicialmente aprovado pelo FDA em 2013, o iBE utiliza tecnologia chamada dedo piezoelétrico (PEF) ou, em sua versão mais recente, Sensor Capacitivo Coplanar Dinâmico (Sensor DCPC). Estes sensores são usados para palpar eletronicamente o tecido mamário.
Durante o exame da mama, o iBE é posicionado sobre a mama, oferecendo uma calibração de toque suave que detecta automaticamente as diferenças de elasticidade do tecido, fornecendo resultados em tempo real.
Esta tecnologia divide a mama em seções distintas, permitindo uma avaliação completa do tecido. O dispositivo mede a compressão do tecido, identificando variações na elasticidade em contato com a pele.
Utilizando sensores, o iBE cria um mapa 3D que distingue o tecido normal (verde) de lesões potencialmente suspeitas (vermelho). Em caso de achados suspeitos, a estrutura auxilia na identificação da localização e do quadrante, fornecendo informações para exames adicionais.
O Dr. Bhimani destacou que o iBE pode ajudar a superar várias barreiras ao rastreamento e diagnóstico do câncer de mama em países de baixa renda, incluindo custo, acessibilidade, rastreio sem radiação e resultados em tempo real.
Comparado à mamografia e ultrassom, o iBE é uma alternativa portátil, econômica e fácil de usar para exame da mama, com viabilidade e precisão diagnóstica comparáveis. No entanto, o dispositivo não pode distinguir lesões benignas de malignas e sua sensibilidade pode variar, por isso é recomendado como ferramenta de pré-triagem.
Experiência dos pacientes relacionado ao dispositivo iBE
Em relação à aceitação pelos pacientes, estudos realizados em locais como Guam, Nigéria e Índia rural relataram taxas moderadas a altas de satisfação. Os pacientes valorizam a natureza indolor do exame, a facilidade de uso e a conveniência dos resultados em tempo real, especialmente em áreas onde a mamografia é percebida como dolorosa e com uso intenso de radiação. Clique e saiba mais sobre a importância da prevenção na promoção da saúde!
Referência da Fonte: www.medpagetoday.com